quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A ILUSÓRIA PROSPERIDADE DOS ÍMPIOS

Por GERALDO CARNEIRO FILHO
I - INTRODUÇÃO:
Num mundo como o nosso, onde a prosperidade material é a tônica, é necessário que realcemos a posição bíblica com respeito à aquisição e uso de bens. Para os filhos de Deus, o mais importante é depositar-se integralmente nas promessas do Pai Celeste. Quem confia nos cuidados de Deus não se preocupa com o amanhã nem com a falsa prosperidade dos ímpios. Mas entrega todos os seus planos e projetos nas mãos do Senhor.

II – ASAFE E A PROSPERIDADE DOS ÍMPIOS:

O Salmo 73 trata do mesmo tema do Salmo 37: o problema da aparente inversão de moralidade e sucesso. Asafe era músico, compositor e crente. Imagine-se com 60 anos e perdendo a fé. Foi isto que aconteceu com Asafe. Ele sempre creu na bondade de Deus para com os homens de coração puro, mas houve um tempo onde ele entrou em crise, começou a ver a prosperidade dos maus e quase se desviou da fé. Vejamos:

(1) – OS ÍMPIOS NÃO TRABALHAM MUITO – Na realidade, percebe-se que muitos homens abastados são ímpios da pior espécie. Ganham dinheiro facilmente através de atividades desonestas, tais como: tráfico de drogas, prostituição (inclusive a infantil), contrabando, extorsão, etc. Há muita gente trabalhando para eles, de modo que não precisam se afadigar nem se consumir em suor.

(2) – OS ÍMPIOS SÃO SOBERBOS – Sl 73.6 – Asafe ressalta o fato de os ímpios cercarem-se de orgulho como de um colar. A violência dos ímpios, na prática, é uma atitude de defesa. Mas nada disso adianta – Pv 29.23.

(3) – OS ÍMPIOS SÃO BEM ALIMENTADOS E CRIATIVOS – Sl 73.7 – Na verdade, os ricos, que não tem compromisso com Deus, vivem de banquetes e de festas, que são símbolos do poder humano. Eles não encontram tempo para refletir acerca de seu destino eterno.

(4) – OS ÍMPIOS SÃO CORRUPTOS E OPRESSORES – Sl 73.8 – Infelizmente, até no meio evangélico, há pessoas que procedem injustamente contra operários e trabalhadores. Não é à toa que Tiago condena os ricos opressores – Tg 5.4

(5) – OS ÍMPIOS SÃO INCRÉDULOS E BLASFEMADORES DE DEUS – Sl 73.9-11 – Temos visto exemplos marcantes de ímpios que se voltaram contra Deus e hoje encontram-se esmagados pelas mãos do Altíssimo – Sl 2.4 cf Hb 10.31.

III – COMO ASAFE SENTIU-SE ANTE A PROSPERIDADE DOS ÍMPIOS:

(1) – QUASE DESVIADO – Sl 73.1 – Após afirmar que Deus é bom para com Israel, Asafe passa a narrar o que lhe sucedeu ao contemplar a prosperidade dos ímpios. Sua mente ficou perturbada.

(2) – INVEJANDO OS SOBERBOS – Sl 73.3 – Vemos aqui um homem de Deus sendo assaltado pelo sentimento da inveja. Só entenderemos Asafe analisando sua crise a partir do prisma da fraqueza humana.

(3) – FICOU DESILUDIDO COM A SUA VIDA ESPIRITUAL – Sl 73.13-14 – Diante de tantas evidências quanto à prosperidade dos ímpios, o salmista concluiu que, em vão, havia purificado o seu coração e lavado as suas mãos na inocência.

(4) - FICOU PERTURBADO – Sl 73.16 – Asafe estava em profunda crise teológica quando resolveu ir ao templo e meditar. Lá, Deus lhe deu discernimento do seu ponto de vista em relação à sua crise.

(5) – O CORAÇÃO AZEDOU – Sl 73.21 – Muitos se deixam dominar por esse tipo de emoções e, como resultado, acabam acometidos por muitas doenças. A Medicina afiança que 90% das enfermidades são de origem emocional – Hb 12.15.

IV – ENTENDENDO A VERDADEIRA PROSPERIDADE:

Chegou um momento, então, que Asafe descobre que ele próprio era próspero e não o sabia. Por isso, glorifica a Deus.

(1) – TEVE PRUDÊNCIA NO FALAR – Sl 73.15 – Isso nos mostra que Asafe, embora houvera pensado negativamente, a ninguém manifestou o teor de seu pensamento. Nada disse a sua esposa, nem aos filhos ou aos amigos. Se o tivesse feito, teria pecado duas vezes: Uma, por achar que Deus era injusto. Outra, por abrir a boca e dizer coisas inoportunas.

(2) – ENTROU NO SANTUÁRIO – Sl 73.17a – Ao invés de falar, de murmurar, como muitos de nós hoje, Asafe entrou no santuário para orar, buscar a Deus e derramar diante dEle as suas mágoas e frustrações.

(3) – ENTENDEU O FIM DOS ÍMPIOS – Sl 73.17b – Deus não revelou a Asafe o progresso, nem a prosperidade dos ímpios, mas o fim destes. O que estava acontecendo, o salmista já o sabia. Deus permite que o ímpio prospere, mas só materialmente. Espiritualmente, o ímpio é um miserável – Apc 3.17

O salmista, por conseguinte, teve uma visão do futuro dos ímpios, a partir do que acontece no presente. Meditemos no que o salmista entendeu:

(A) – Deus os põe em lugares escorregadios – Sl 73.18a – Refere-se isso à falta de solidez dos ímpios. Eles não tem base firme para suas vidas. Tem a casa edificada sobre a areia.

(B) – Deus os lança em destruição – Sl 73.18b – Por mais que prosperem, o fim dos ímpios (caso não se convertam), é a destruição – Sl 9.17a.

(C) – Eles caem em desolação e são consumidos por terrores – Sl 73.19 – Os ímpios podem ter muitas riquezas, mas no final, serão atormentados – Lc 16.19-31.

(D) – Deus despreza a aparência deles – Sl 73.20b – A essa altura, orando no templo, o salmista já houvera entendido que a glória e a prosperidade dos ímpios são apenas aparentes.

(4) - A VERDADEIRA PROSPERIDADE – Sl 73.23-28 – Em sua estada no templo, Asafe teve profundas revelações. Não só quanta a falsa prosperidade dos perversos, mas também do que é ser realmente próspero.

(A) – É estar com Deus – Sl 73.23a – A presença de Deus dá descanso; na Sua presença há fartura de alegria – Ex 33.14; Sl 16.11.

(B) – É estar seguro – Sl 73.23b – Agora, Asafe reconhece que, na verdade, ele é quem estava prosperando. Mesmo tendo sido tentado, o Senhor o sustentou em todas as coisas.

(C) – É ser guiado por Deus até à eternidade – Sl 73.24 – Quem é guiado por Deus tem segura prosperidade, principalmente no que tange às riquezas eternas.

(D) – É ser rico, espiritualmente, no céu e na terra – Sl 73.25 – Asafe concluiu que ninguém é mais valioso que o Senhor. Nenhuma riqueza material supera o fato de se ter Deus na vida. Isso contraria a ideia que muitos crentes alimentam quanto à prosperidade, que é vista pela ótica utilitarista e material. Bens materiais são bênçãos de Deus para os crentes, mas a verdadeira prosperidade é a das riquezas espirituais e eternas.

(E) – É ter Deus como fortaleza e porção da vida – Sal 73.26 – Em sua oração, o salmista viu que a sua carne era fraca, mas Deus era a fortaleza do seu coração. E acrescentou que Deus é a porção da sua vida. Essa é a verdadeira prosperidade.

(F) – É aproximar-se de Deus e confiar nEle – Sl 73.28 – Asafe não avaliava mais a prosperidade com ênfase na transitoriedade dos bens materiais, mas na prevalência do espiritual sobre o material e, principalmente, no relacionamento com Deus. Por fim, Asafe coloca no Senhor a sua confiança para anunciar aos outros as grandes obras de Deus.

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Sl 37.1 – Que a experiência de Asafe, permitida por Deus e registrada em Sua Palavra, sirva de preciosa lição para nós e que jamais nos deixemos abater pelo fato de vermos os ímpios prosperarem.

FONTES DE CONSULTA:
Lições Bíblicas CPAD – 3º Trimestre de 1997 – Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Ouro Para Te Enriquecer – Salmos – Instituto Bíblico das Assembléias de Deus – Myer Pearlman

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